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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mas aí (Marmore de Carrara)

Sinto Frio

Não choro mais há quanto tempo?
O que ruiu?
Não sei mais como respira

Exagero, Desespero, Pavor...

Mas e aí... eu te conheci
E o olho de um pirata velho, cego
Se abriu
E aí eu te conheci
Aí eu vi o que eu era até aqui

Hoje eu sei
É tudo tão pequeno e grande
Amanhã vai ser melhor, talvez

Exagero, Desespero, Pavor...

Mas e aí... eu te conheci
E o olho de um pirata velho, cego
Se abriu
E aí eu te conheci
Aí eu vi o que eu era até aqui

Há algo nos teus olhos
Uma melodia, um canto
No canto dos teus olhos
Eu me vi

E eu descobri
Que todas eram pra você
Desde o início
Todas as canções


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Não, o melhor é não falares

Não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma.

Tudo agora está suspenso.

Nada aguenta mais nada. 

E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas!

Não se sabe…

Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca… 

Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade.

— Mario Quintana